12 de mar. de 2014

A sincronia necessária para a universidade e o mercado de trabalho

A universidade do século XXI por Isaías Alves.

O texto universidade do século XXI trata das dificuldades enfrentadas pela universidade para adequar-se às necessidades da sociedade onde esta inserida sem que para isso perca a sua soberania sobre o caminho que o estudo científico deva seguir dentro da mesma, não ser pautada por fatores externos torna ilimitado o poder de evolução, por outro lado isolar-se do contexto local, social ou econômico é impossível e insustentável nos tempos atuais.  Nas últimas décadas a passagem para a utlização do conhecimento pluriversitário acabou gerando novos desafios para a universidade, este conhecimento precisa ter uma aplicação na medida em que vai sendo gerado, ao contrário do conhecimento universiário que não possui tal pré-requisito. A sociedade atual possui problemas e dependendo do tipo de problema não pode esperar para que um conhecimento baseado em complexos estudos científicos que possam estar disponíveis para seu uso à longa data, além disso alguns mercados (como por exemplo TI), modificam suas características à uma velocidade que talvez o conhecimento universitário não consiga acompanhar, tornando-se defasado, isto é um problema pois o mercado precisa de profissionais formados e qualificados para manter-se ativo.
É consenso básico que investir dinheiro e tempo em evolução científica traz resultados, basta analisarmos o histórico da sociedade mundial para constatar que os mais impressionantes recursos hoje disponíveis são resultados do conhecimento universitário, cuja importância esta acima de qualquer questionamento. Fato é que algumas empresas e sociedade acabam pressionando e tentando definir a pauta e rumo para onde  a universidade deve caminhar visando suprir suas exigências, esse fator pode ser considerado limitador da criação de alto nível, tirando até certo ponto a capacidade da universidade de inovar e criar estudos com continuidade e de grande impacto. A soberania da universidade sobre as decisões sobre o rumo dos estudos e do conhecimento universitário precisa ser respeitada.
O mundo em que vivemos possui grandes necessidades, existem setores que precisam evoluir para que a sociedade possa conseguir melhores condições de vida, podemos exemplificar o caso com a necessidade clara do mercado em suprir um número considerável de profissionais de TI ao mercado, cada vez mais estão surgindo cursos com o intuito de inserir no mercado profissionais de TI com conhecimento compatível com as exigências de mercado, o profissional que acaba sendo formado com o conhecimento pluriversitário não apenas é capaz de criar os frameworks existentes em caráter científico ou pesquisa, mas ele também precisa conhecer o que o mercado usa para poder sair produzindo e comprovando o resultado, aplicando-o para proveito imediato da sociedade. Não se pode fechar os olhos para os problemas que temos ao nosso redor, um profissional que estuda as vezes precisa trabalhar para poder pagar o próprio estudo, uma cadeia auto-sustentável é extremamente importante para manter as coisas em evolução constante (sociedade, empresa privada e universidade).
Capta-se a idéia de que o autor pretende mostrar com esse texto que os extremos  não são capazes de se sustentar à longo prazo, recursos físicos são necessários para que os estudos e pesquisas aconteçam e muitas vezes esses recursos são originados da própria empresa privada, podemos pegar como exemplo a NASA que depende de recursos para realizar seus estudos e projetos, alguns deles acabam não se realizando pela falta de dinheiro e atual momento desfavorável da economia norte-americana, eles estão tentando resolver seus problemas principais. Por outro lado apenas suprir necessidades do mercado acaba congelando a evolução do conhecimento teórico, com isso diminuindo a aceleração da geração de novos recursos para neste mesmo ciclo infinito poder realimentar o mesmo mercado que tenta pautar o conhecimento universitário.
Na visão crítica referente à resolução deste problema podemos dizer que assim como na economia da atualidade precisamos criar diversos investimentos simultâneos para viabilizar a sustentabilidade de uma rentabilidade estável, no caso da universidade poderíamos usar da mesma medida, ao mesmo tempo em que a universidade poderia atender as necessidades do mercado (como por exemplo criar um curso de tecnologia com as exigências das empresas privadas), pode manter cursos com o intuito claro de pesquisa e evolução com base teórica, em alguns momentos (os momentos de experimentação) poderíamos unir os 2 cursos para uma auto-colaboração mútua, resultando em uma evolução bilateral, acreditamos que essa idéia poderia ser exposta pelo autor de forma mais objetiva, guiando o leitor à uma solução prática e útil para fomentar suas idéias sempre que for preciso haver o pensamento sobre os conhecimentos universitário e pluriversitário.
Um exemplo do mercado de TI: Dando um exemplo de mercado, quem trabalhou com TI entre 2005 e os dias atuais (mais especificamente Java EE) lembra que nesse período surgiram APIs focadas em entrega de conteúdo web r ápido, resultado de estudos universitários e científicos que eram embasados na teoria de utilizar a memória ram dos servidores de aplicação para realizar um processamento rápido (a API prevayler de prevayler.org é um exemplo), à época os bancos de dados estavam em plena evolução (tanto em termos de application servers como em foco em performance e otimização de recursos) , ou seja, o mercado estava investindo pesado no uso de bancos de dados como Oracle, Postgree, MySQL, sugiam APIs como JPA, EJB, Hibernate, Spring para otimizar o desenvolvimento além da própria performance. O resultado foi claro, esse tipo de API (como o prevayler acima citado) acabaram não gerando tanto sucesso pois o mercado não aceitou de imediato – o radicalismo de retirar um banco de dados não gerou brilho nos olhos dos desenvolvedores. O meio-termo que cito nesse caso pode ser notado quando fazemos uma análise atual do mercado de TI, onde cada vez mais http optimizers (como varnish), servidores web com processamento performático ou baseado em cache (como por exemplo Apache em versão 2.4 ou NgineX, cujo núcleo de processamento pode ser configurado baseando-se em eventos – events dinâmicos ou runtime events ao invés de estipular estaticamente número de threads e recursos ao processador ou jvm que os controlam – ex: config prefork do apache), também podemos citar os bancos de dados nosql como MongoDB ou APIs de busca como Lucene ou Elastic Search que acabam utilizando tanto a memória como um conjunto acoplado à um banco de dados relacional em backoffice. Com toda essa explicação técnica gostaríamos de mostrar que analisando o mercado de TI, podemos ver que o mercado acabou encontrando o meio termo que concluímos em nosso texto, obtendo resultados dos incialmente reconhecidos estudos científicos e universitários  gerados no passado com as necessidades lógicas e de negócio existentes na empresa privada, nesse caso pudemos evoluir à outro patamar graças à junção dos dos mundos um pouco do conhecimento universitário unido ao conhecimento pluriversitário (aquele que precisa ser colocado em prática).

Referências bibliográficas:
- SANTOS, Boaventura de Souza. A universidade do século XXI: para uma reforma democrática e emancipatória da universidade. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2004. p. 39-45.
- Curso de Gestão de Tecnologia da Informação - Centro Universitário Feevale - Março/2014.

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